quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Saída imediata de Mubarak é 'apelo ao caos', diz vice-presidente do Egito



Conspiração pode ter detonado confrontos dos últimos dias, disse Suleiman.
Desde a véspera, ao menos 6 pessoas morreram em conflitos de rua.

Do G1, com agências internacionais
O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, disse nesta quinta-feira (3) na TV pública que a saída imediata do presidente Hosni Mubarak, exigida pelo movimento oposicionista, é um "apelo ao caos.
A declaração foi feita em entrevista gravada previamente.
Suleiman -que assumiu o cargo na semana passada- garantiu que nem ele, nem o presidente Mubarak nem o filho de Mubarak, Gamal, vão concorrer às eleições presidenciais previstas para setembro.
A oposição teme que Mubarak, que insiste em permanecer no poder até as eleições, esteja tentando ganhar tempo e "emplacar" o filho como sucessor.
Suleiman prometeu punir todos os envolvidos na violência de rua dos últimos dez dias e soltar todos os manifestantes presos e que não estejam envolvidos em atos violentos.
Ele recusou a "interferência externa" nos assuntos do país e disse que os confrontos de rua podem ter sido resultado de "conspiração", tramada no Egito ou mesmo no exterior.
O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, fala na TV estatal nesta quinta-feira (3) (Foto: Reuters)O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, fala na
TV estatal nesta quinta-feira (3) (Foto: Reuters)
O vice disse que as perdas do país com turismo nos dias de revolta chegam a US$ 1 bilhão. Segundo ele, um milhão de turistas deixaram de visitar o Egito no período.
Confrontos
Pouco antes, militares fizeram disparos para o alto na região da Praça Tahrir, no centro do Cairo, em uma tentativa de separar os manifestantes favoráveis e contrários a Mubarak, que continuavam a se enfrentar.
Os dois grupos voltaram a jogar pedras um no outro, em uma rua próxima à praça, foco dos protestos dos últimos dez dias.
Um estrangeiro teria morrido espancado na praça, segundo uma testemunha e fontes médicas ouvidas pela France Presse.
Um hipermercado do subúrbio de Sheikh Zayed, foi incendiado, segundo testemunhas.
O premiê egípcio, Ahmed Shafiz, se colocou à disposição para ir à praça e dialogar com a facção jovem dos manifestantes. Mas o grupo rejeitou a oferta, reafirmando que não pretende negociar com o regime enquanto Mubarak ainda for o presidente.
Mais cedo, a oposição desmentiu uma versão da TV estatal de que um diálogo político havia sido iniciado..

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